São Paulo eliminou rivais e venceu ‘melhor time do país’ na final; relembre a histórica campanha

Conquista inédita do Tricolor ficou marcada por sustos contra adversários modestos, mas superioridade diante dos principais oponentes

EDUARDO CARMIM/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Empate por 1 a 1 com o Flamengo no Morumbi deu o título ao São Paulo

O São Paulo demorou para ganhar a Copa do Brasil, campeonato criado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em 1989. Entre os conhecidos 12 grandes clubes do país, o Tricolor foi o penúltimo a erguer a taça da competição — agora, somente o Botafogo não conquistou o torneio. Apesar do longo jejum, os são-paulinos puderam comemorar uma campanha histórica, passando por seus principais rivais a nível estadual e nacional. Mais do que isso, os tricolores eliminaram os dois principais times do futebol da América do Sul dos últimos anos, além de um adversário que costuma ser indigesto. Desta forma, a sacramentação do título neste domingo, 24, num Morumbi abarrotado, dá a sensação aos torcedores que valeu a pena esperar.

Os primeiros adversários do São Paulo, é verdade, não foram tão expressivos. Ao entrar na terceira fase, o Tricolor mediu forças com o Ituano e flertou com uma queda precoce. Na ida, ainda sob a batuta de Rogério Ceni, o time ficou no empate sem gols, no Morumbi. No interior do Estado, já comandado por Dorival Júnior, a equipe da capital fez o “arroz com feijão” e ganhou pelo placar mínimo, com belo gol de Wellington Rato. Na fase seguinte, nas oitavas de final, os tricolores deram a sorte de enfrentar o único time fora da Série A: o Sport. A classificação parecia encaminhada depois de um triunfo por 2 a 0, com Luciano e Marcos Paulo balançando as redes, na Ilha do Retiro. Em casa, Michel Araújo ainda ampliou a vantagem no primeiro tempo, num jogo que parecia protocolar. Na base da bola parada, porém, o Leão marcou com Alisson Cassiano e Sabino (duas vezes), levando para as penalidades. A sorte do São Paulo é que os cobradores converteram todas as chances, enquanto Rafael defendeu uma batida.

Depois dos sustos contra adversários mais modestos, o São Paulo entrou de vez na competição e não deu chances aos principais oponentes. As quartas de final da Copa do Brasil reservou, mais uma vez, um Choque-Rei. Rival histórico e um dos times mais vencedores do Brasil nos últimos anos, o Palmeiras apareceu como favorito, mas “não viu a cor da bola” contra o Tricolor. No Morumbi, o time de Dorival Júnior dominou do início ao fim, sendo recompensado com um golaço de Rafinha, já na reta final do segundo tempo. No Allianz Parque, os tricolores foram novamente superiores e viraram o placar para 2 a 1, marcando com Caio Paulista e David.

De volta à semifinal da competição, o São Paulo encontrou o Corinthians, adversário que historicamente costuma levar vantagem em mata-matas — até então, os corintianos tinham a vantagem de 17 a 7 em disputas eliminatórias. O Tricolor, porém, esnobou o retrospecto geral e conseguiu uma classificação épica. No primeiro duelo, os são-paulinos até foram derrotados por 2 a 1, depois de dominar o jogo e sofrer com Renato Augusto — Luciano marcou o único gol dos tricolores. Na volta, porém, a equipe fez valer o mando de campo no Morumbi, “amassou” o Alvinegro e ganhou por 2 a 0, contando com tentos de Wellington Rato e Lucas Moura.

Apesar de eliminar dois grandes rivais, o São Paulo não chegou à decisão da Copa do Brasil como favorito. Isto porque o adversário da grande decisão era o Flamengo, atual campeão do torneio e da Libertadores da América. Mesmo em crise, o Rubro-Negro era tratado como “melhor time do país”, sendo dono da maior folha salarial e contando com jogadores estrelados. Passando por cima de todos os fatores, o Tricolor derrotou os cariocas por 1 a 0, em pleno Maracanã, com Jonathan Calleri sendo decisivo. Assim, restou ao time confirmar o título em casa, com o apoio de cerca de 60 mil torcedores, para sair da fila de vez.