Minha frustração foi não ter visto Pelé jogar

Imagem de Rei jamais se apagará: encerrou a carreira em outubro de 1977 e até hoje leva com ele a marca de imbatível e de insuperável

Arquivo/Estadão Conteúdo
Pelé em lance de partida entre Santos e Corinthians; o clube do Parque São Jorge foi a maior vítima do Rei

Pelé foi o maior embaixador que o Brasil já teve e o maior embaixador de um esporte chamado futebol. As palavras do jornalista Michel Laurence, escritas quando o Rei completou 50 anos, até hoje estão na minha memória: “Pelé é uma palavra que não quer dizer nada em língua alguma. Hoje, não há canto do mundo que desconheça o significado dessa palavra, que virou sinônimo de ‘é o maior’, ‘é o melhor’”. Pelé já era mito e agora vira lenda. Uma das frustrações da minha vida foi não ter visto Pelé jogar. Eu nasci em 1976, um ano antes dele se aposentar dos gramados. Mas se existe uma biografia que eu mais estudei na vida foi a do atleta do século vinte. Em 1990, Pelé completou 50 anos e, a partir daí, não parei mais de juntar material sobre o Rei: livros, revistas, filmes, documentários e memorabília.

Nesse momento sinto um misto de tristeza e de alegria. Triste, claro, pela partida de Edson Arantes do Nascimento, mas alegre por saber que a imagem de Pelé jamais se apagará. E isso é a pura verdade. Pelé encerrou a carreira em outubro de 1977 e até hoje leva com ele a marca de imbatível e de insuperável. Talvez um garoto ou uma garota hoje não tenha a dimensão do que represente Pelé. Mas a repercussão da morte do Rei comprova que ele era um cidadão do mundo, reverenciado em todos os cantos do planeta. Sua imagem estampa a capa de todos os jornais. Deixo aqui um agradecimento especial à Flávia Kurtz, filha de Pelé, de quem me aproximei desde o lançamento do meu livro sobre a Copa de 1970 (1970 – o Brasil é tri; Ed.Letras do Pensamento). Continuaremos torcendo e vibrando com as jogadas de Pelé. Para sempre!