Marcos Braz, vice-presidente do Flamengo, diz que sofreu ameaça de morte ao lado da filha: ‘Sou vítima’

Dirigente negou estar com segurança particular e afirmou que não se recorda dos momentos da briga física com o jovem torcedor

Reprodução/Fla TV
Marcos Braz durante entrevista coletiva no Flamengo

Marcos Braz, vice-presidente do Flamengo, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, 21, para esclarecer o episódio em que agrediu um torcedor no Barra Shopping, no Rio de Janeiro. De acordo com o dirigente, ele só partiu para cima do flamenguista após ser ameaçado de morte ao lado de sua filha, uma garota de 14 anos. Para justificar seu ato, o cartola afirmou que, antes do conflito físico, ele já havia sofrido ofensas de outras pessoas e não reagiu. Em sua versão, Braz também declarou que não estava com a presença de um segurança particular. Além disso, o mandatário afirmou que não se recorda dos momentos da briga física com o jovem torcedor do Rubro-Negro – o flamenguista afirma ter recebido uma mordida na virilha durante a confusão.

“Quando a minha filha não estava presente e eu não tive ameaça de morte, eu fiquei quieto. Num segundo momento, eu alertei várias vezes que minha filha estava ali. Eu não sou burro de mentir aqui e, depois, aparecer imagens da loja mostrando outra coisa”, declarou Marcos Braz, em conversa com a imprensa. “Depois da última frase que ele falou, eu me lembro de pouca coisa. Eu sou vítima. Não tenho vergonha de ser vítima. Vocês têm que acreditar de mim. Em nenhum momento eu retruquei um torcedor, um jornalista ou da mídia alternativa. Nunca tive um problema mais sério. Quem, em sã, consciência, vai querer arrumar problema ao lado da filha? Eu, que nunca tive nenhum problema? Isso foi fundamental nesta questão. Ele foi avisado cinco vezes. Não quero ser vitimizado, mas estar ao lado da minha filha foi preponderante”, continuou o vice-presidente, que estava com o nariz machucado.

Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver Marcos Braz ao lado de outro homem agredindo o torcedor. Segundo o dirigente do Flamengo, o profissional é funcionário do shopping. “Eu saí procurando a minha filha. Eu não estava com segurança. Como eu não tinha segurança, eu voltei para a loja por razões óbvias”, declarou o cartola, que alega premeditação. “O vídeo foi divulgado 40 segundos depois da briga. O próprio primeiro vídeo… Eu não retruco, não falo nada. Não preciso falar que está premeditado. Já estava tudo combinado. Todo mundo sabe disso. Lógico que foi premeditado. Isso foi covardia. Eu não vou ajoelhar”, comentou.

Na coletiva, Marcos Braz ainda afirmou que não planeja entregar o cargo após o episódio. “Assim, quero deixar claro: quando aceitei o cargo de vice de futebol do Flamengo, até por ser criado dentro da Gávea, tinha noção clara a minha função. Sei da pressão, dos questionamentos e das situações políticas. Sei que os resultados esportivos não vem às vezes. Os jornalistas passaram durante os últimos cinco anos… Eles são testemunhas fortes de que nunca tive problema com torcedor. Eu convivo bem com essa pressão. Estou acostumado com isso. Não quero enfrentamento, não. Mas estou acostumado às críticas. O evento no shopping não tem nada a ver com pressão, com questionamentos esportivos ou por contratar mal ou bem. Não tenho soberba. Agora, vocês têm que acreditar em mim: fui ameaçado de morte ao lado da minha filha de 14 anos. Sou preparado para estar no cargo. Para isso, não me preparei. E aí eu tive uma atitude diferente. Para ser ameaçado junto com a minha filha… Não estou diminuindo a gravidade. Uma coisa é ser ameaçado na internet, outra coisa é um maluco com cara de transtornado te ameaçar pessoalmente. Ele falou que ia me matar… Que se o resultado de domingo não vier, a cobrança será diferente”, acrescentou.

Por fim, Marcos Braz, que é vereador na cidade do Rio de Janeiro pelo Partido Liberal (PL), minimizou o fato de não estar na Câmara Municipal no momento da briga. “Já sobre a minha presença na Câmara… Terças e quintas, de 13h30 às 16h, você dá presença virtual para entrar no sistema. Aí eu posso falar, posso ouvir e dar minhas opiniões. Quando chega 16h, se você não botar o dedo na Câmara, você toma falta. Eu tomei a falta, mas não fiz nenhuma ilegalidade. Eu vou ser descontado”, declarou o parlamentar, que foi convocado a prestar depoimento no Conselho de Ética.