Empresas preparam estratégias para conciliar rotina com jogos do Brasil na Copa do Mundo Feminina

Após o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretar ponto facultativo para os servidores públicos federais nos jogos, uma demanda pelo direito de acompanhar a seleção feminina tem surgido no setor privado

Reprodução/Jovem Pan News
Empresas têm se preparado para a Copa do Mundo Feminina

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou ponto facultativo para os servidores públicos federais nos jogos da Seleção Brasileira na Copa do Mundo Feminina de 2023. Os funcionários poderão se ausentar durante a partida e até duas horas após o término. O primeiro jogo da seleção ocorre nesta segunda-feira, 24. As brasileiras enfrentam a equipe do Panamá às 8h da manhã (horário de Brasília). Ao todo, são três confrontos na fase de grupos e apenas a partida contra a França será em um final de semana, no sábado do dia 29. Assim como acontece nos jogos masculinos, as empresas privadas também têm se articulado para que os funcionários acompanhem o torneio. Em entrevista à Jovem Pan News, a advogada especialista em direito do trabalho Karolen Gualda, afirmou que a decisão é dos empregadores: “Essa medida de liberar o empregado para assistir os jogos não é uma obrigação da empresa”.

“Diferentemente dos trabalhadores da administração federal, os trabalhadores da iniciativa privada não terão ponto facultativo nos dias dos jogos da Seleção Brasileira. Mas os empregadores, se quiserem, poderão dar folga ou ajustar os horários das equipes, de forma que eles possam entrar mais tarde nos dias em que os jogos são de manhã, por exemplo. Essas folgas deverão ser ajustadas entre a empresa e seus empregados e poderão ser compensadas, seja através de banco de horas, compensação de horas ou descontadas de um banco de horas existente”, explicou Karolen.

Mesmo enfrentando estigmas, futebol feminino tem ganhado cada vez mais espaço no gosto dos brasileiros, o que gerou uma demanda para assistir os jogos durante o expediente, como relatou o coordenador de diversidade, equidade e inclusão do Will Bank, Rafael Anjos: “Já existia um planejamento. A gente tem um planejamento ao longo do ano todo para falar de todas as pautas de diversidade, questões de gênero é uma delas (…) Desde a semana passada, a gente já começou com as ações porque, diferente da Copa do Mundo masculina, a feminina é pouco conhecida. A gente tem uma régua de comunicação contando a história da Copa, das pessoas, das jogadoras e os países que vão sediar. A gente vai alimentando semanalmente toda a história da Copa e na semana que vem a gente começa com as ações físicas”.

Dos 1,3 mil trabalhadores do banco, 49% são mulheres. Os que estão em homeoffice terão as agendas bloqueadas durante os jogos e os funcionários que trabalham presencialmente poderão ir a um evento da empresa para assistir a partida. Em São Paulo, o governo estadual e a prefeitura da capital paulista não definiram se haverá ponto facultativo nas partidas. Em 2022, no torneio masculino, o ponto facultativo foi concedido uma semana antes da estreia da competição.

*Com informações da repórter Beatriz Manfredini