Vitor Pereira diz que Corinthians poderia estar brigando contra o rebaixamento no Brasileiro

Perguntado mais uma vez sobre as críticas da torcida pelo rodízio de jogadores que vem adotando, o técnico disse que é impossível ter um ‘time ideal’

MATHEUS TAHAN/W9 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Vitor Pereira durante partida do Corinthians, no Campeonato Brasileiro

Vitor Pereira desabafou após a polêmica vitória do Corinthians sobre o Goiás, na tarde do último domingo 19, na Neo Química Arena, pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. Perguntado mais uma vez sobre as críticas da torcida pelo rodízio de jogadores que vem adotando, o técnico disse que é impossível ter um “time ideal” e afirmou que, sem a ascensão dos atletas mais jovens, o Alvinegro poderia estar brigando contra o rebaixamento – atualmente, a equipe é a segunda colocada na tabela, com o mesmo número de pontos do líder Palmeiras, que visita o São Paulo nesta segunda-feira, 20.

“Eu gostaria que não brincassem com meu trabalho. Vamos imaginar essa equipe que todo mundo idealiza jogar todos os jogos. O Willian não tem jogado todos os jogos e está fora, hoje ficou com um problema médico para resolver. Ele não tem jogado todos os jogos. O Jô está fora. Dessa equipe ideal que todo mundo fala, vamos fazer a análise. Temos o Renato (Augusto), que saiu com problemas musculares, não tem jogado sempre. Estamos tentando gerir para não virar um caos, para não se tornar pior. O Fagner ficou lesionado 11 jogos fora. O João Victor não sei quantos jogos. O Gil saiu machucado também por uma série de jogos. O Fábio (Santos) também, uns três jogos, não acredito que seja possível ele jogar de três em três dias, não tem como”, disse Vítor Pereira.

“Quem vem com essa conversa de achar uma equipe para jogar todos os jogos está brincando comigo, está brincando com meu trabalho, não está vendo o que está acontecendo. Se a gente não tivesse os garotos, o Corinthians estaria brigando contra o rebaixamento, mas as pessoas não querem ver a verdade. Não estão na realidade, no clube, nos treinos, não analisam os jogos e vêm com essa conversa. Isso é brincar com meu trabalho. Como vou estar satisfeito hoje sendo que tenho que olhar para o próximo jogo e quase não tenho gente? Temos que ser honestos, porque depois a torcida cobra”, completou o treinador.

Sincero, o técnico português afirmou que outras equipes do Brasileirão são mais fortes que o Corinthians. “O calendário é o que é. Para eu ter uma equipe competitiva em todos os jogos, preciso de um plantel maior, os jogadores terem um nível técnico maior. Eu olho para algumas equipes e as armas são diferentes. Não podemos comparar com ninguém, porque eles têm mais soluções do que nós. Eu tenho feito o que posso. O clube tem feito o que pode, mas não é obrigado. Não podemos ficar exigindo quando a realidade nos diz outra coisa. A verdade é que eu hoje, para fazer substituição, não tenho ponta esquerda. Tenho que colocar o Piton. Não dá para ficar de blablablá, iludindo as pessoas”, salientou o treinador, que volta a comandar o Alvinegro nesta quarta-feira, contra o Santos, em casa, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil.