Do ostracismo a possível sucessor de Tite na seleção: a reviravolta de Dorival Júnior no futebol  

Campeão da Copa do Brasil com o Flamengo, o treinador chegou receber a alcunha de ‘ultrapassado’

THIAGO RIBEIRO/AGIF – AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Dorival Júnior durante partida do Flamengo na Copa do Brasil

Dorival Júnior é um dos exemplos de que o “mundo dá voltas” no futebol. Prestes a completar 20 anos de carreira, o treinador amargou resultados ruins em gigantes nacionais e chegou receber a alcunha de “ultrapassado”. Pior do que isso, o técnico também teve que lidar com um grave problema de saúde. Em 2019, o ex-jogador foi diagnosticado com um câncer de próstata, precisando interromper a carreira por alguns meses até ser curado. Seu retorno, no ano seguinte, também não foi exatamente como esperado. No Athletico-PR, o experiente profissional não emplacou e foi demitido em agosto de 2020, quando estava afastado por ter sido infectado pelo coronavírus. No ostracismo, Dorival. ficou cerca de um ano e meio sem dirigir uma equipe, sendo preterido por treinadores estrangeiros ou mais jovens. Em março de 2022, porém, um convite mudou a rota do veterano. Após rapidamente se destacar no Ceará, o “professor” assumiu o Flamengo em junho, fez o Rubro-Negro carioca praticar um futebol vistoso e passou a ser cotado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como um possível sucessor de Tite na seleção brasileira. A confirmação da reviravolta, contudo, se deu nesta quarta-feira, 19, com o título da Copa do Brasil 2022, obtido diante do Corinthians.

A conquista no Maracanã, desta forma, é uma das mais importantes da carreira de Dorival Júnior. O treinador, é verdade, já havia vencido a Copa do Brasil em 2010, quando liderava Neymar e Paulo Henrique Ganso no Santos. Ao longo de sua trajetória como técnico, ele também fez o Vasco ser campeão da Série B do Brasileirão (2009), ganhou uma Recopa Sul-Americana com o Internacional (2011) e levantou taças de torneios estaduais. O título desta quarta-feira, entretanto, coroa o poder de resiliência do profissional de 60 anos e marca o bom momento vivido no Flamengo. Daqui a dez dias, ele terá a oportunidade de ganhar o principal torneio do continente, a Libertadores da América, diante do Athletico-PR, em Guayaquil, no Equador. Caso obtenha sucesso mais uma vez, Dorival estará ainda mais perto da seleção brasileira. Recentemente, vale lembrar, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, confirmou que o veterano é um dos cotados para substituir Tite, que deixará o cargo ao final da Copa do Mundo de 2022. “O futebol brasileiro tem um manancial extenso de grandes treinadores. Seria injusto citar só esses três [Dorival, Diniz e Abel Ferreira]. Não quero esquecer nenhum. Ratifico os nomes que você coloca. Mas teria que citar outros dez nomes”, disse o mandatário, ao ser perguntado sobre o tema. Dorival, assim, espera vencer a concorrência e se consolidar como um dos personagens do futebol que superaram as adversidades até alcançar o estrelato.